sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A inclusão e a música no município de Cachoeirinha


A presente pesquisa está alicerçada em três eixos: a inclusão, a música e a psicanálise. Sabemos que no passado, nem todas as crianças tinham acesso à escola e o direito daquelas que tinham alguma deficiência nem mesmo era cogitado, pois eram consideradas incapazes de ocupar esse lugar, sendo excluídas de qualquer atenção escolar. Hoje, a pessoa com deficiência tem reconhecido e assegurado por lei o direito de ser incluída numa sala de aula regular, com currículo e ambiente adaptados, a fim de atender à diversidade de necessidades. A inclusão da música nos currículos escolares pode acompanhar a renovação dos fazeres pedagógicos. Se para as crianças e adolescentes de uma forma geral, a vivência musical pode trazer benefícios, para os alunos com deficiência não poderia ser diferente.
Sabe-se que a música pode ser restituída aos currículos escolares de diferentes formas e, para que isso ocorra, requer investimento em projetos inovadores, materiais didáticos e formação acadêmica para professores que desejam trabalhar em música. Nessa dissertação, há a busca de registros de práticas inclusivas que estejam relacionadas com a música, nas escolas municipais de Cachoeirinha. Após a identificação dessas práticas, foi feito o estudo de caso com amostra constituída por dois alunos que vivenciam a música em suas escolas. Os alunos têm diferentes deficiências, pois um tem Síndrome de Down e o outro é não vidente (cego). Paralelamente à preocupação de se falar sobre a inclusão escolar e as contribuições da música no processo inclusivo, esta pesquisa propõe-se a realizar uma leitura que vá além do óbvio, que transcenda o que comumente está posto, ou seja, a adotar sobre as questões que emergem desse contexto um olhar atravessado por conceitos psicanalíticos; mais precisamente a transferência, identificação e desejo, fazendo uma articulação entre a psicanálise e a educação.

Simone Majerkovski Custódio


Dica: Acesse também o blog Projetos da Diversidade e tenha acesso à várias outras matérias interessantes sobre o tema educação.


Formação 2013 - 5º dia (encerramento)

O quinto e último dia da formação 2013 foi comandado pelo prof. Valter Maestro que em sua palestra abordou o tema "Reflexões sobre a escola do século XXI: estratégias e procedimentos para a era do conhecimento". Um dos pontos mais marcantes da palestra foi a apresentação de um panorama definindo as escolas tradicionais, mostrando suas práticas que reproduzem os parâmetros de uma fábrica.
Durante muito tempo, aprender era receber informação. Foi assim com seus avós, com seus pais e até com você. Mas será diferente com seu filho. Hoje, a informação está disponível a um simples clique de mouse e chega em velocidade espantosa e num volume impossível de processar. Quer fazer um teste? Basta consultar uma ferramenta de pesquisa. A palavra educação, para ficar nela, e só no nosso português, está em 395 mil páginas na web. É verdade que a internet ainda é privilégio de poucos. Não é difícil prever, porém, que esse quadro tende a mudar rapidamente.
Essa facilidade de acesso à informação é uma conquista e, como todo avanço, traz consigo dúvidas e insegurança. Ela ocorre paralelamente a um desafio trazido pelo novo milênio. Abre-se uma era em que, mais do que nunca, é preciso ser competitivo, só os fortes sobreviverão. Mas como ficam os valores, os sonhos, a individualidade? Nenhuma outra área tem sido tão sacudida por essas questões como a educação, tema deste especial da Super. O objetivo é oferecer um amplo painel das grandes questões que estão sendo travadas atualmente entre educadores e professores e seu impacto sobre os alunos, a escola e os pais.
A escola está preparada para o século 21? Os grandes modelos pedagógicos que revolucionaram a educação oferecem respostas para as necessidades da sociedade da informação? Existe uma escola ideal? Qual o papel dela? Preparar para o vestibular e para o mercado de trabalho ou proporcionar uma formação humanista e crítica? Como deve ser a participação dos pais? Como lidar com tanta informação e viver num mundo em transformação tão rápida?

Elisabete Von Borowski
Simone Majerkovski Custódio

Confira abaixo as fotos do 5º dia de formação.



Formação 2013 - 4º dia

"A significação da música para os sujeitos da educação inclusiva" é o tema da palestra do 4º dia de formação 2013 - CMAAEL.
O respeito à diversidade e direito à diferença não é uma temática nova. A partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos (1990) e da Declaração de Salamanca (1994), as pessoas com deficiências passaram a ter direitos garantidos, como os demais cidadãos. A escola passa a viver o desafio de ser uma para todos, de não reproduzir no âmbito escolar o movimento tão premente em nossos tempos de homogeneização dos seres, de abafamento das singularidades e das diferenças.
Na medida em que avança o processo de inclusão, também avança a discussão sobre a reconstrução das práticas educativas dessas escolas, a fim de atenderem realmente às necessidades educacionais especiais de todos os alunos. Considerando que um dos obstáculos mais citados para a educação inclusiva, é o “despreparo dos professores”, que acarreta o estranhamento do educador com aquele sujeito que não está de acordo com “os padrões de ensino e aprendizagem” da escola (MEC, 2005), faz-se necessário conhecer como a formação dos professores têm contribuído para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas, pois se sabe que trabalhar com a diversidade implica não só a aceitação da heterogeneidade dos grupos, bem como as diferenças das pessoas, o contato e a interação com esses sujeitos.
Em relação ao ensino da arte são necessárias as seguintes condições, além das acima explanadas: espaço físico e materiais adequados e variados às atividades artísticas e de acordo com a linguagem artística a ser trabalhada (música, teatro, danças e artes visuais). Também é no trabalho artístico que a humanização do Homem implica-o em deixar de ser apenas espécie biológica (funções psicológicas elementares - linha natural: conhecimento sensorial imediato, como o comportamento instintivo e reflexo) e assumir características culturais. Isso acontece por meio da formação dos processos psicológicos superiores, ou ainda, funções corticais superiores, funções psíquicas superiores e funções culturais - linha cultural (linguagem, pensamento, sentimento, cognição, memória, percepção, atenção, planejamento e abstração e criação e aquisição de diferentes instrumentos), que diferencia o Homem dos demais animais. Este processo só pode ocorrer nas interações sociais e entre os homens.
Assim sendo, a escola em conjunto com docentes e profissionais da educação e da área de arte precisa propiciar a todos os discentes espaços sociais e tempo para desenvolver atividades escolares e artísticas que sejam capazes de promover intervenções humanas (mediações) no sentido de superar a herança genética e o determinismo ambiental (aspectos biológicos) para construção da aprendizagem e posterior desenvolvimento humano, conforme as condições sociais e culturais presentes.
Desta forma, a educação inclusiva e o ensino da arte têm como principal desafio acolher todos os alunos e oferecer a eles as mesmas oportunidades educacionais e artísticas, promovendo o processo ensino-aprendizagem, além de também trabalhar com as diferenças, dificuldades e limitações individuais nas suas mais diversas relações no interior da instituição escolar. Para que isso se efetive é necessário abandonar as idéias inatistas e as teorias evolucionistas e genéticas, que acreditam na concepção imutável, pronta e acabada do Homem, da sociedade e da educação.

Elisabete Von Borowski
Simone Majerkovski Custódio

Confira abaixo as fotos do 4º dia de formação.



Formação 2013 - 3º dia

Confira abaixo as fotos do 3º dia de formação.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Formação 2013 - 2º dia

Transdisplinaridade é o tema da palestra da manhã de hoje na formação 2013 - CMAAEL.
A globalização coloca um desafio aos educadores, mostrando a inadequação de um sistema que fragmenta o conhecimento em elementos desconjuntados, aglomerados em torno de disciplinas, dentro de uma estrutura que isola através de fronteiras epistemológicas. A globalização ao se apoiar em realidades multidimensionais, transculturais e transdisciplinares exige não só o olhar vertical, mas também o olhar transversal.
A transdisciplinaridade é uma abordagem científica que visa a unidade do conhecimento. Desta forma, procura estimular uma nova compreensão da realidade articulando elementos que passam entre, além e através das disciplinas, numa busca de compreensão da complexidade. Além disso, do ponto de vista humano a transdisciplinaridade é uma atitude empática de abertura ao outro e seu conhecimento.
Com base nessa assertiva e acreditando que estamos no caminho próximo do verdadeiro espírito de inclusão, recorremos à reflexão de Morin que ressalta: “(...) que no decorrer dos anos escolares, nossa educação nos ensinou a separar, compartimentar, isolar e, não unir conhecimentos” (MORIN, 2004, p.42). Isso significa, portanto que, muitas vezes é tarefa difícil compreender a ação integrada de campos, áreas ou modalidades específicas numa só concepção de ensino, no caso, inclusiva.
Na verdade, buscamos com isso, fugir da fragmentação de conceitos e estruturas que compõe a primazia de atividades educacionais e escolares que devem se realizar, por exemplo, “preferencialmente no ensino comum” – como prevê o artigo 58 da LDB 9.394/96, e que ilustra, muito bem, as palavras de Edgar Morin.
O tema que pautou a palestra realizada no turno da tarde pela prof Jocelia Espinosa Azambuja, buscou compreender e debater a representação da deficiência na mídia. Segundo a professora,acessibilidade aos meios de comunicação é outro ponto fundamental para a inclusão. Como ter pessoas cegas e surdas cidadãs se elas não tem acesso à informação?! Os recursos que permitem o acesso à informação são lei no Brasil. Além de permitirem a plena participação, eles aumentam o sentimento de representação.
Anos atrás, as pessoas com deficiência se evidenciavam por seus próprios méritos por conseguirem chegar à escola, conquistar um emprego e assim, se transformarem em grandes personagens de superação de seus limites. Atualmente, essa visão se modificou e é necessário que os meios de comunicação também reflitam essa mudança. Aquela aura de coitado das imagens de TV ou dos textos de jornais precisa ser extirpada.
Construindo intervenções da cultura sobre o corpo pode-se incidir sobre os padrões estéticos, sobre a concepção de beleza, mas, sobretudo, sobre a forma com que os sujeitos deficientes são vistos e percebidos na sociedade. Tal mudança reflete-se sobre a imagem que possuem de si, em decorrência dessa relação social, mas também sobre os modos atuais de viver e conceber o corpo. A representação da deficiência atrelada à corporiedade é um significado que urge ser analisado e dimensionado em sua condição histórico-cultural. Advindo dai a necessidade da escola em organizar espaços de conhecimento e ludicidade que valorizem o deficiente em seu modo de viver e estar em sociedade.

Elisabete Von Borowski
Simone Majerkovski Custódio

Confira abaixo as fotos do 2º dia de formação.



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Formação 2013 - 1º dia (abertura)

A abertura da Formação sobre os Desafios da Educação Inclusiva ocorrida na manhã de hoje contou com representantes da Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal da Saúde, Centro Municipal de Atendimento Especializado Lampadinha, Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (SMCAS).
A inclusão é um assunto que vem sendo bastante abordado com ênfase nos últimos anos. Informar e esclarecer à população sobre este tema, é uma necessidade. Cada caso de deficiência é um caso e precisamos entender cada um para que, por eles, possamos ser igualmente compreendidos e atendidos.
Pessoas com deficiências lutam diariamente para quebrar barreiras e preconceitos , aos poucos vem ganhando seu espaço. Porém muito ainda precisa ser feito para que eles consigam suas condições de igualdade merecidas na sociedade. No âmbito da produção de conhecimento na educação, alguns temas têm sido privilegiados, abrindo horizontes para discussões e análises dos profissionais da área, divisando relevantes problemas investigativos.
Neste sentido, para professores/as ou formadores/as, as abordagens sobre a formação inicial e continuada em atendimento às complexas tarefas da função docente no contexto atual, voltam-se para as vertentes e concepções que trazem a reflexão na ação e o desenvolvimento profissional como dimensões de crucial importância, que demandam aprofundamentos e análises criteriosas de seus aspectos constitutivos.
A proposta da formação busca percorrer diferentes caminhos trazendo temáticas tais como, o deficiente na mídia, a importância do trabalho transdisciplinar entre outros temas que visam dar suporte a realização deste trabalho educativo. Sendo assim, pode-se dizer que: Educação inclusiva é uma ação, desejando compreender e aceitar alguém, o outro, na sua singularidade. Significa abranger e abrir os braços para acolher todos e a cada um dos alunos. A natureza da inclusão é diferente de integrar, que tem a ver com adaptar o aluno às exigências da escola; implica mudança de perspectiva educacional, uma vez que se dirige a todos os alunos.

Elisabete Von Borowski
Simone Majerkovski Custódio

Confira abaixo as fotos do 1º dia de formação.